Ela acordava antes dele, como de costume. Ficava ali, observando o homem que escolheu para dividir a vida. O som da respiração calma, o cabelo um pouco bagunçado, o rosto sereno — e aquele pensamento sempre voltava: “Como é bom ter alguém pra cuidar, pra amar, pra querer bem.”
Quando ele abriu os olhos, ela já o esperava com um sorriso.
— Bom dia, meu amor. Dormiu bem?
— Dormi melhor ainda porque sonhei com você — respondeu ele, ainda com voz sonolenta.
Ela riu, sentando-se ao lado dele.
— Eu quero que você seja feliz… todos os dias.
— E você acha que eu não sou? — ele perguntou, pegando a mão dela.
— Acho, sim. Mas quero que seja mais. Quero que acorde com vontade de viver, de sorrir, de me abraçar…
Ele a olhou com ternura.
— Então vem cá, que o abraço já tá garantido.
O dia seguia leve. Entre o café preparado com cuidado e as brincadeiras na cozinha, o amor deles se mostrava nas pequenas coisas.
— Você reparou que até o café fica melhor quando a gente faz junto? — ele disse.
— Claro, é porque o segredo é o carinho.
Enquanto ele saía para o trabalho, ela se aproximou, ajeitou o colarinho da camisa e sussurrou:
— Vai lá, faz seu dia brilhar… e guarda um pedacinho de tempo pra mim mais tarde.
Ele sorriu:
— O tempo todo é seu.
À noite, quando se reencontravam, o lar parecia outro. Bastava um olhar, um toque, e o cansaço do dia desaparecia. Conversavam sobre tudo — sobre o trabalho, os planos, os sonhos e até as bobagens.
— Você ainda acha que dá pra ser feliz todo dia? — ele perguntou, deitado ao lado dela.
Ela respondeu, com a voz suave:
— Dá, se a gente quiser juntos.
E foi assim, entre palavras simples e gestos sinceros, que os dois descobriram o segredo: o amor não vive só de paixão, mas de presença, cuidado e desejo de ver o outro bem.
Autor: Sérgio Hicardo
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