Por Sérgio Hicardo — TV Criar, Brasília
Mais de dez anos após o desaparecimento do voo MH370, da Malaysia Airlines, o mundo ainda busca respostas para um dos maiores mistérios da aviação moderna. A aeronave, que partiu de Kuala Lumpur com destino a Pequim em 8 de março de 2014, levava 239 pessoas a bordo e desapareceu dos radares poucos minutos após a decolagem.
Apesar de inúmeras teorias, longas buscas e várias descobertas parciais, a verdade definitiva sobre o que aconteceu permanece oculta — e o caso segue desafiando investigadores, cientistas e familiares das vítimas.
🌊 As buscas e os novos rumos em 2025
Após anos de silêncio, em 2025 a Malásia autorizou uma nova busca submarina liderada pela empresa Ocean Infinity, especializada em varreduras de grande profundidade. A operação concentra-se em uma área de aproximadamente 15 mil km² no sul do Oceano Índico, região considerada a mais provável para o impacto da aeronave.
O contrato, assinado sob o modelo “no find, no fee” (sem achado, sem pagamento), prevê que a empresa só será remunerada se encontrar provas concretas do avião — como a fuselagem principal ou as caixas-pretas.
As buscas começaram no início do ano, mas foram temporariamente suspensas em abril de 2025, devido a más condições climáticas. A retomada está prevista para o final do ano, com expectativa renovada por resultados.
🧩 As peças do quebra-cabeça
Desde 2015, fragmentos confirmados do MH370 foram encontrados em ilhas do Oceano Índico, incluindo a Ilha Reunião, Madagascar e Moçambique. Essas evidências reforçam a hipótese de que o avião caiu em alto-mar após voar até ficar sem combustível.
Entre as principais teorias discutidas estão:
- Falha técnica e despressurização: hipótese de que a tripulação ficou inconsciente e o avião seguiu no piloto automático até o combustível acabar;
- Ação deliberada do piloto: possibilidade de desvio intencional de rota, embora sem provas conclusivas;
- Hipóteses alternativas: como interferência militar, captura ou rota errada de busca, mas sem respaldo técnico sólido.
Especialistas afirmam que somente a localização da fuselagem e das caixas-pretas poderá revelar o que realmente aconteceu naquela noite.
🕰️ Linha do Tempo: O Mistério do MH370 (2014–2025)
2014
- 8 de março: Desaparecimento do voo MH370, que decolou de Kuala Lumpur rumo a Pequim com 239 pessoas a bordo.
- Março a dezembro: Iniciam-se buscas internacionais no sul do Oceano Índico; radares e satélites apontam o “arco 7” como rota final provável.
2015–2017
- 29 de julho de 2015: Primeira peça confirmada do MH370 (flaperon) é encontrada na Ilha Reunião.
- 2016: Outros destroços aparecem em Moçambique, Madagascar e África do Sul.
- 17 de janeiro de 2017: Busca oficial é suspensa após cobrir mais de 120 mil km² sem localizar a fuselagem.
2018–2022
- 2018: A empresa Ocean Infinity realiza uma busca privada, sem sucesso.
- 2019–2022: Famílias e cientistas continuam pressionando por novas investigações; novas análises sugerem áreas ainda não exploradas.
2023–2024
- Março de 2023: No 9º aniversário do desaparecimento, familiares pedem a retomada das buscas.
- Dezembro de 2024: O governo da Malásia aprova nova missão de busca com a Ocean Infinity, baseada em dados técnicos atualizados.
2025
- Março de 2025: Começa oficialmente a nova operação de varredura no sul do Oceano Índico, cobrindo 15 mil km².
- 3 de abril de 2025: Busca é temporariamente suspensa por condições climáticas adversas; retomada prevista para o final de 2025.
🔍 Uma década de perguntas sem resposta
O desaparecimento do MH370 não é apenas uma tragédia aérea — tornou-se um símbolo da limitação tecnológica diante da vastidão dos oceanos. Mesmo com satélites, drones e sensores submarinos, o mistério ainda resiste, despertando teorias, documentários e debates em todo o mundo.
A nova busca reacende a esperança de encerrar essa longa espera. Até lá, o voo MH370 continua voando no imaginário humano, como um lembrete de que, em pleno século XXI, ainda existem histórias que o tempo não conseguiu explicar.
🗓️ Publicado em 7 de outubro de 2025
✍️ Autor: Sérgio Hicardo — TV Criar, Brasília


