Em um fenômeno raro e inesperado, cientistas registraram um aumento significativo na cobertura de gelo da Antártica — o primeiro em várias décadas. De acordo com novos levantamentos por satélite, o continente gelado ganhou mais de 100 bilhões de toneladas de gelo em apenas um ano, surpreendendo especialistas e reacendendo debates sobre as complexas dinâmicas climáticas do planeta.
Pesquisadores destacam que, embora o aquecimento global continue sendo uma realidade preocupante, o crescimento recente pode estar ligado a condições atmosféricas anômalas e mudanças na circulação oceânica, que favoreceram a formação e preservação de camadas de gelo.
“Esse aumento pontual não significa que o aquecimento global parou. Na verdade, mostra como o clima da Terra é cheio de variações e interações complexas”, explicou a climatologista brasileira Dra. Marina Coutinho, em entrevista à TV Criar.
O ganho de gelo se concentrou principalmente no leste da Antártica, uma região conhecida por ser mais estável e fria. Já o oeste e a Península Antártica continuam apresentando perdas, o que reforça que o equilíbrio geral ainda é delicado.
Satélites da NASA e da ESA confirmaram que as condições de 2024 criaram um “inverno polar excepcionalmente frio”, contribuindo para o congelamento de áreas que estavam derretendo há anos.
Mesmo sendo uma boa notícia momentânea, especialistas alertam que a tendência de longo prazo ainda é de derretimento. Desde os anos 1990, a Antártica perdeu cerca de 2,5 trilhões de toneladas de gelo — número que supera em muito os ganhos recentes.
Ainda assim, o fenômeno desperta esperança e curiosidade científica: entender por que o continente “ganhou fôlego” neste ciclo pode ajudar a prever futuros comportamentos do clima global e melhorar os modelos climáticos que orientam políticas ambientais.
📍 Autor: Sérgio Hicardo – TV Criar Brasília